quinta-feira, 27 de março de 2008

.· Ser normal ·.

Hoje em dia, é moda todo mundo sair falando que não é normal, que é diferente; o estiloso ‘alternativo’. Cada um procura a uniquidade como uma forma de se destacar num mundo deveras competitivo profissional e afetivamente.
Não há nada mais ‘na moda’ que ser GLS. Ainda lembro da minha ida pra Campinas com minha ameba Lalinha (leia poste anterior) na Delux, porque ela queria conhecer o circuito GLS. Beleza, fomos em quatro – que decepção, para nós dois. Heteros por todos os lados. Nada contra eles, mas numa balada G? Não falo de 5 ou 10 por cento, estou falando de massiva maioria.
Por que estou falando disso? Ah! Lembrei! Porque cada vez as pessoas tendem a procurar atingir novos patamares sociais abrindo cabeças e quebrando preconceitos SÓ pra ser descolado.
Mas não foi nessa semana que um grupo de skinheads atacou homossexuais na praça Trianon? Sim! O mundo não é cor de rosa! Muito menos segue uma vertente apenas. Em resgate a Betina Botox “mendiguinho, mendiguinho; heterozinho, heterozinho...” apontar e rir é fácil! Mas e ser?
Ainda escuto muito de alunos meus comentando sobre ‘bichinhas’ que eles encontram na rua, na escola... Engulo seco em respeito à ignorância alheia. Complemento, tem quem ser muito macho pra ser gay. É só parar pra pensar: quem em sã consciência vai querer se taxado de viadinho ou sapatão ou viver as escondidas da sociedade preconceituosa por livre escolha? Fala sério! Não é uma opção saudável.
Encontrei hoje mesmo num site de relacionamentos um perfil fake de um conhecido casado meu. Primeiro ri horrores, nunca pensei na vida que veria o pinto nem a bunda do cara, mas depois bateu um aperto no peito, por ele ter que viver as escondidas.
Isso me faz trazer o que na verdade era pra ser o assunto central do poste de hoje: Ser normal. Uma grande frustração minha era de não poder ter um comportamento ‘normal’ em frente aos demais justamente em ‘respeito’ aos mesmos. Mas nesse final de semana, pela primeira vez na vida, me senti uma pessoa normal. Andei de mãos dadas, abracei, beijei em público... Entre dezenas de outros casais se despedindo com longos e calorosos beijos e abraços, fui um deles.
Foi algo que me emocionou porque por um curto tempo esqueci de quem eu era, de onde eu estava para me focar com quem eu estava e o que eu sentia. Ser normal é o maior de todos os dons que uma pessoa pode desfrutar.

Moral: “Pra ser gay tem que ser muito macho”

Próxima pauta: “Pra ser gay tem que ser muito macho”

2 comentários:

disse...

Tah osso comentar aqui... Coloca isso em popup, fica mais facil!
Anyway, só pra te fazer inveja: Andar no shopping ou na rua de mãos dadas é uma coisa normal pra mim...
Beijão :)

disse...

Atualiza!