quinta-feira, 2 de abril de 2009

.· Diário de um depressivo – Dia 1 ·.

A proposta é bem escrota, mas garanto que não tem nada a ver com fazer-se de vítima ou chamar atenção. Sério mesmo. Quero com isso aliviar tudo que estou passando, numa forma pública e ao mesmo tempo privada (pois ninguém lê isso mesmo whwhhw)

Histórico:
A tempo sinto a depressão tomando conta, mas com todo idiota que acha que esta acima de tudo, pensei que conseguiria contornar; fiz besteiras para ver se saia sozinho, mas chegou uma hora que realmente não seu.
Creio que possa sim ser possível sair sem ajuda externa, mas dessa vez realmente não deu.
As áreas que hoje (ainda sem ter começado os medicamentos e terapia) me perturbam são:
- auto-estima (foco central de tudo isso e o que receio estar interferindo em todo o resto)
- namoro (creio que foi o estopim para explodir o que já estava dentro)
- grana (como todo brasileiro, ganho bem menos do que gostaria)
- profissional (uma crise existencial: se estou no caminho certo ou me iludindo)
- família (uma briga que tomou grandes proporções)

Essa é a ordem de grandeza também. Não que ache o dinheiro mais importante que família, por exemplo, mas porque vi que essa questão será de laborioso caminho.

Minha proposta é expor a situação em tópicos para que com o tempo eu possa reavaliar a evolução de cada problemática: a) situação (no meu ponto de vista), b) o que sinto e espero, c) medidas tomadas ou planejadas, d) feedback pela minha percepção, e)reflexão e resultado parcial. Tudo isso associado com o andamento da terapia.

Vamos lá?

1. Auto estima:
a) situação: meu quadro é de extrema confusão, desorientação muito provavelmente causada pela emocionalidade exacerbada. Questões como rejeição, obesidade, calvície e pelos indesejáveis interferem negativamente.
b) Sentimento/esperança: sinto que algo muito mais forte que eu me segura de seguir em frente, não que eu acredite que eu seja fraco ou algo mágico ou religioso, mas por estar numa fase fragilizada e, de certa forma, procurando respostas prontas e dadas, carinho, abrigo e conforto nas horas mais difíceis.
c) com o início do tratamento (terapia, medicamentos e acupuntura) em complementação a este trabalho e outros projetos paralelos eu veja a reconstruir minha auto-confiança e melhorar a estima por mim mesmo. Após ter algum avanço nas constantes crises de choro e dor o próximo passo é trabalhar mais efetivamente em cada uma das outras questões que me ‘enterram’ neste buraco depressivo.
d) Feedback: ainda indeterminado, mas positivo, apenas com a acupuntura e conversas com amigos, minha mãe e Lucas, senti uma abertura significativa, porém insuficiente, para dar início a uma evolução.
e) Reflexão e resultado: sem resultados importantes, apenas diminuíram as crises de dor e choro, muito provavelmente por estar me ocupando e me centrando. Mas ainda são significativamente constantes e fazem com que quase zere meus avanços.

2. Namoro
a) Situação: Em crise. Estamos ambos em fases nas quais precisamos dedicar ao profissional e um parceiro instável não é aconselhável. Contudo, nossa história nos impede te terminar. Existe amor, eu acredito nisso, mas esse sentimento esta muito desgastado por 5 meses de brigas semanais. Sou muito ligado e talvez seja um motivo de eu não ter buscado o termino definitivo, mas o vejo como uma pessoa forte e determinada que se sentisse que não há mais nada pra cultivar ele teria terminado.
b) Sentimento/esperança: Sinto que estou perdendo e com isso acabo cobrando mais. Um grande problema dos meus relacionamentos foi a grande expectativa que deposito na pessoa que muitas vezes não pode ou não quer colocar a roupa do ‘príncipe encantado’. Espero que com o tempo eu veja a situação com maior clareza quando estabelecer o que procuro em alguém.
c) Objetivos e metas tomadas e planejadas: O objetivo é simples, saber se estou com a pessoa certa. Para isso preciso conhece-lo e conhecer a mim mesmo. Tinha proposto isso antes para mim, mas com a ‘crise’ sentimental atual achei melhor dar um stand by para isso. Cansamos de brigas de discutir o relacionamento. Agora quero curtir um pouco mais o namoro (uma vez que ambos concordamos em ficar juntos ate pensarmos melhor sobre o que queremos). Metas atuais. (i) Não ter DR’s por um tempo. Pelo menos esse fds e muito menos por telefone, sms ou e-mail, (ii) refletir sobre o que busco e estou disposto a abrir mão por isso e por ele, (iii) descobrir se estou insistindo no desafio ou se estou teimando no erro.
d) Feedback: Sempre procurei deixar aberto, mas sinto um certo receio dele em se abrir totalmente, ou por não querer me machucar ou não querer se machucar. Sei que questiona se o que sente é real ou ilusório. Questiona também se vale a pena continuar algo que está tão difícil de (re)construir. Precisa de um tempo pra pensar e ver o que quer, mas sinto que ao lutar para não pensar e se afastar, vai acabar concretizando o temporário.
e) Reflexão e resultado: Não vou ficar me baseando em ditos populares, mas creio que se ele não quer ficar, não adianta eu lutar contra. Não sou assim nem ele. Mas vejo que ele esta confuso, então lutar para mostrar que pode ser bom seria interessante. Mas preciso descobrir se eu quero isso ou se estou com medo de não ter. Resultado: muitos ‘mas’ e ‘se’ para meu gosto.

3. Dinheiro
a) situação: Como todo brasileiro ganho menos do que quero, mas acima de tudo, menos do que minhas pretensões razoáveis de vida. Para administrar estou controlando gastos com planilhas diárias de custos e gastos.
b) Sentimento/esperança: Sinto-me mal ao ver coisas que poderia ou queria ter e não posso devido a falta do dinheiro. Espero poder conseguir saber como mudar essa realidade.
c) Objetivos e metas tomadas e planejadas: Aumentar a entrada é certamente o objetivo. Metais ainda não definidas. Apenas sinto que enquanto não descobrir o que realmente quero não vou conseguir traçar qualquer coisa.
d) Feedback: Tenho respostas quando ao reconhecimento, mas monetariamente nada significativo embora reajustes interessantes.
e) Reflexão e resultado: Enquanto não tomar uma atitude reflexiva quanto ao que busco, não vou conseguir grandes avanços nessa área. Ganhar na loteria seria uma solução? Talvez, melhor ainda seria ter um objetivo pelo qual eu possa lutar.

4. Profissão
a) situação: Realizado profissionalmente, contudo, sem grandes desenvolvimentos profissionais pela frente. Sinto desmotivado por não ter carreira a ser seguida.
b) Sentimento/esperança: Busco algo que me permita crescer. Algo que sempre haja um desafio e um ganho.
c) Objetivos e metas tomadas e planejadas: Nada melhor que me jogar no mercado de trabalho, novas áreas e mostrar que estou pronto pra enfrentar o que for preciso. Mas com que CV?
d) Feedback: Algumas respostas sem grandes passos ou contratações.
e) Reflexão e resultado: Ainda pensando na pós ou facu, ou sei-la-o-que. Mas é preciso algo ser feito.

5. Família
a) situação: aproximação grande com minha mãe. Afastamento quase completo de meu pai e tias Lú e Tata. Creio que Laisa tenha entrado também nessa onda.
b) Sentimento/esperança: Espero resolver, embora tenho machucado muito.
c) Objetivos e metas tomadas e planejadas: Esperar me centrar pessoalmente para poder sentar e conversar sobre o ocorrido. Estar pronto pra ouvir o que não quero e aceitar sem mais brigas.
d) Feedback: Nada até agora deles. Nem esperava muito também.
e) Reflexão e resultado: sinto que fiz certo em deixar essa parte por último. Mas quero resolver. Não eh algo que me agrada tanto assim deixar on hold. Ainda mais por morar junto com uma delas. Páscoa chegando... só tende a mascarar. (escolha interessante de palavra ne? Whwhwh)


Motto: “The pain that you feel, you only can heal”


Próximo tópico: “Diário de um depressivo – Dia 2”

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